Conferências

 

 

Dia 21/11

18h30

Conferências de abertura

local: Teatro Belkiss Spencière (EMAC/UFG)

 

 

Ana Mumbuca

Ana Mumbuca, pseudônimo de Ana Cláudia Matos da Silva, é quilombola do Jalapão, no Tocantins. É graduada em Serviço Social e mestre em Desenvolvimento Sustentável pela UnB, e integrante do Quilombo Mumbuca, que que foi erguido por homens e mulheres negras, migrantes da Bahia e do Piauí, localizado no município de Mateiros (TO).

Entre suas obras, ela traz em “O voo das abelhas da terra” ela traz, sob uma perspectiva contra-colonialista, percepções e reflexões sobre a resistência e o enfrentamento da comunidade do quilombo de Mumbuca de diversas dificuldades, principalmente a pandemia de Covid-19.

Também é autora da dissertação “Uma escrita contra- colonialista do quilombo Mumbuca Jalapão - TO”, em que escreve sobre a afirmação da cosmologia quilombola, identificando os aspectos de como a mesma se origina, se gesta, diverge e confluencia. Em suas palavras, “o trabalho considerou as análises a partir de quem somos, dentro de uma perspectiva de compartilhamento ancestralizado.”

Baseando-se na criação de espaços específicos de partilha, em especial a chamada “fogueira de memória”, Ana Mumbuca ressalta o coletivo do mundo dos quilombos, fazendo de sua obra, também, poesia.

 

 

Yásnaya Elena Aguilar Gil

 

Yásnaya Elena Aguilar Gil é linguista, escritora, tradutora, ativista dos direitos linguísticos, ativista ambiental, investigadora ayuujk. Ela ativa termo “Tequiologia”, no qual o termo “Tequio” (do nahuatl tequitl), “trabalho colaborativo de apoio mútuo” marca uma mudança linguística e política na concepção de "tecnologia".

Yásnaya participa do Coletivo Mixe, que busca realizar e difundir pesquisas sobre a língua, a história e a cultura mixe, no México.

Nascida em Ayutla Mixe, comunidade indígena, no planalto leste do estado de Oaxaca, México, a autora se dedica a estudar e pesquisar sua língua-mãe Ayuujk (Mixe), integrando seu trabalho a diferentes disciplinas, como a antropologia, ciência política, direito índigena, entre outras.

Yásnaya trabalha em projetos de documentação e atenção às línguas em risco de desaparecimento. A autora também aborda em seus trabalhos as questões ambientais, principalmente sobre a escassez de água.

Seus textos foram publicados nas antologias Condolers, El futuro es hoy: ideas radicales para México, Tsunami e Un Nosotrxs sin Estado, entre outras. Em 2020, publicou a antologia de ensaios Ää: manifiestos sobre la diversidad lingüística.

 

 

 

Dia 22/11

Conferência 3

local: Teatro Belkiss Spencière (EMAC/UFG)

conferência 3

Luisa Elvira Belaunde é professora da Universidade Nacional Maior de São Marcos, que fica em Lima, Peru. Foi professora adjunta no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social no Museu Nacional (UFRJ). Possui graduação em Filosofia pela Université Catholique de Louvain (Bélgica), e mestrado em Sociologia e Antropologia pela mesma instituição, além de ser doutora em Antropologia pela Universidade de Londres.

Seu trabalho na Antropologia é focado nos povos indígenas da Amazônia, e desde sua pesquisa no doutorado ela realiza consultorias sobre aspectos sociais da silvicultura e desenvolvimento rural na América Central, Peru, Bolívia e Brasil.

Desde o início de sua carreira, Belaunde se concentra nas questões de gênero na perspectiva dos povos indígenas e das populações locais, o que a levou a se interessar pelas formas de organização social, cosmologia, saúde reprodutiva, artes, parentesco, gestão do ambiente e pela mudança sociocultural favorecendo o ponto de vista feminino.

Alguns de seus trabalhos são: “O Ninho do japu: perspectivismo, gênero e relações interespécies airo-pai” (2019), “Uma biografia urbana do Kene Shipibo-Konibo” (2021) e “Mulheres, biodiversidade e segurança alimentar nas comunidades Kechua-Lamas” (2016).

 

Também conduzirá a conversa Juana Valentina Nieto Moreno, doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina e integrante do Núcleo de Saberes e Saúde Indígena do PPGAS-UFSC. Ela atua principalmente nos temas de etnologia, gênero, parentesco, narrativas, migração e mobilidade.

 

Dia 23/11

18h30

Conferências 4 e 5 

local: Teatro Belkiss Spencière (EMAC/UFG)

 

 

 

 

 

Sophie Chao

 

Sophie Chao é docente em Antropologia na Universidade de Sydney, Austrália, e é bolsista na Discovery Early Career Researcher Award (DECRA). Ela faz parte do Sydney Centre for Healthy Societies, Sydney Environment Institute, Sydney Institute of Agriculture, entre outros.

Chao é de origem sino-francesa e vive na área de Gadigal, na Austrália. Seu trabalho é focado na investigação das intersecções entre indigeneidade, ecologia, capitalismo, saúde e justiça no Pacífico, com foco etnográfico particular na região da Papua Ocidental ocupada pela Indonésia.

Sua pesquisa atual examina as experiências e teorias indígenas sobre a fome na Papua Ocidental e as complicações entre vida selvagem e humanos na colonização da Austrália.

Na Universidade de Sydney, Chao é co-líder da Pesquisa de Diversidades Bioculturais do Instituto Ambiental de Sydney e participa do Comitê Executivo do Centro do Sudeste Asiático de Sydney.

Alguns de seus trabalhos são “In the Shadow of the Palms: More-Than-Human Becomings in West Papua” (Duke University Press Scholars of Color First Book Award 2021) e é co-editora de “The Promise of Multispecies Justice”.

Sophie Chao publica em seu site “More Than Human Worlds”, disponível em: https://www.morethanhumanworlds.com/.

 

 

 

Olivia

 

Olivia Cunha é professora do Museu Nacional/UFRJ, mestre e doutora em Antropologia Social também pelo PPGAS-MN/UFRJ. É graduada em História pela UFF, e concluiu no ano 2000 seu pós-doutorado na Harvard University, sendo pesquisadora (PQ-1D) do CNPq e Cientista do Nosso Estado Faperj (2018-2021).

Desde 2009, desenvolve pesquisas na costa leste do Suriname, na região do rio Cottica, que tratam dos efeitos de práticas de criação de objetos, produção musical e audiovisual, uso de tecnologias e conhecimentos tradicionais entre uma rede de Maroons Ndyuka; e coordena o projeto “Etnografias da Materialidades e da Transformação” que reúne subprojetos de pesquisa sobre as socialidades caribenhas e sul-americanas. (MN/UFRJ)

Entre seus interesses de pesquisa, estão: arte, criação e transformação no Caribe e Américas; artefatos, arquivos e práticas documentais; escravidão e pós-emancipação; ciência, biopoder e dispositivos de controle social e movimentos sociais.

Cunha coordena o Laboratório de Antropologia e História [LAH/PPGAS/Museu Nacional/UFRJ].

Um de seus trabalhos se intitula “Tempo imperfeito: uma etnografia do arquivo”, e define-se: “nesse artigo, os arquivos etnográficos e seu duplo, os arquivos pessoais, são concebidos como construções culturais cuja compreensão é fundamental para entendermos como certas narrativas profissionais foram produzidas e como sua invenção resulta de um intenso diálogo envolvendo imaginação e autoridade intelectual.”

 

 

Dia 24/11

18h30

Conferências de encerramento (6 e 7)

local: Teatro Belkiss Spencière (EMAC/UFG)

 

Tajëëw Díaz Robles

 

Tajëëw Díaz Robles é ensaísta e pesquisadora indígena, formada em Ciências Políticas e Administração Pública, mestra em Antropologia Social e coordenadora do projeto Endless Oaxaca Multilingüe na Fundação Alfredo Harp Helú A. C.

Juntamente à Yásnaya Aguilar, linguista e pesquisadora Mixe, Tajëëw trabalha no Coletivo Mixe, no México, atuante na luta política pelos direitos dos povos Mixe, sobretudo, face ao extrativismo e à apropriação cultural de artes e ofícios, e dos trajes tradicionais dos povos.

Centrada na revitalização linguística da língua ayuujk, a ativista nasceu em Tlahuitoltepec, Oaxaca (México). Seus textos enfocam questões de identidade têxtil, o sistema social Mixe e o ativismo digital em línguas indígenas.

Recentemente, publicou o livro "Indigenous Interfaces: Spaces, Technology, and Social Networks in Mexico and Central America". E também realizou tradução mixe sobre avanços científicos relacionados com nanociencia e nanotecnologia, além de outros diversos trabalhos.

 

 

 

Marcio Goldman

Marcio Goldman é professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É coordenador do Núcleo de Antropologia Simétrica (NAnSi).

Nos últimos anos, ele vem se dedicando à elaboração de uma teoria etnográfica da contramestiçagem.

Contramestiçagem é concebida a partir da relação afroindígena “não no sentido de uma recusa da mistura em nome de uma pureza qualquer, mas no da abertura para o caráter analógico, e não digital, e para o elemento de indeterminação que qualquer processo de mistura comporta.”
Citação do artigo “‘Quinhentos anos de contato”: Por uma teoria etnográfica da (contra)mestiçagem”.

Recentemente publicou os livros:

Outras histórias: Ensaios sobre a composição de mundos na América e na África (7letras, 2022)

Do outro lado do tempo. Sobre religiões de matriz africana (7letras, 2023).

 


📍 A IX Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia acontece na UFG de 21 a 24 de novembro de 2023. Inscrições gratuitas.